MP 1202/23 vai regular compensações tributárias avaliadas em R$ 100 bilhões neste ano

O Congresso instalou a Comissão Mista da MP 1202/2023 para regular compensações tributárias empresariais, estimadas em até R$ 100 bilhões em 2024. O governo busca manter o texto original para limitar a compensação de créditos tributários anualmente. O relator, deputado Rubens Pereira Júnior, planeja ouvir setores antes de apresentar seu parecer.

O Congresso instalou, há pouco, a Comissão Mista da Medida Provisória 1202/2023, visando regulamentar compensações tributárias de empresas de diversos setores. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido), estimou em R$ 100 bilhões o valor total dos créditos tributários que o setor privado poderá compensar em 2024. “Somente no ano passado, as compensações foram da ordem de R$ 60 bilhões”, comparou.

Segundo Rodrigues, o governo vai trabalhar para manter o texto original enviado pelo Ministério da Fazenda e pela aprovação até o final da próxima semana. O objetivo do governo é colocar uma trava de quanto por ano as empresas poderão compensar.  Hoje, por exemplo, uma empresa com crédito  acumulado de R$ 10 milhões pode deduzir esse valor integralmente de uma nova dívida em impostos. A ideia é que as companhias possam utilizar apenas parte do crédito para compensar os novos valores devidos à União. Com isso, a Fazenda visa elevar a arrecadação para equilibrar as contas públicas.

O relator da MP, deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), afirmou que fará uma audiência pública na próxima terça(16) ou quarta-feira  (17) para ouvir os setores interessados. Na sequência,  após avaliar eventuais emendas de deputados e senadores, o parlamentar pretende apresentar seu parecer.

A medida não  tratará da desoneração da folha de pagamentos para empresas e municípios, que é alvo do PL 1027/2024. O Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) também ficará de fora da MP, seguindo o rito do PL 1026/2024. Ambos os projetos tiveram urgência aprovada nesta terça-feira  (9) na Câmara, o que levou os textos para votação dos deputados diretamente no plenário.

A retirada do Perse e da desoneração foi costurada pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira. O relator disse que vai se concentrar no que foi acordado. “Não faremos nada que não seja oque foi acordado com líderes do Congresso”, afirmou Pereira Júnior.

O presidente da comissão, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), referendou a fala do relator e criticou a insistência do governo em tentar reonerar a folha e eliminar o Perse. Mas sinalizou que não irá dificultar o trabalho do relator da MP 1202/23.

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Nivaldo Souza

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, com 18 anos de experiência em agência de notícias, jornais, revistas, portais de internet, rádio e televisão. Cursou MBA em Economia na Fipe-USP. Repórter de economia, negócios e política em São Paulo e Brasília. Trabalhou para Brasil Econômico, Estadão, EL País Brasil, iG, JOTA, UOL, Valor Econômico, TV Bandeirantes, entre outros.
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Nivaldo Souza

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, com 18 anos de experiência em agência de notícias, jornais, revistas, portais de internet, rádio e televisão. Cursou MBA em Economia na Fipe-USP. Repórter de economia, negócios e política em São Paulo e Brasília. Trabalhou para Brasil Econômico, Estadão, EL País Brasil, iG, JOTA, UOL, Valor Econômico, TV Bandeirantes, entre outros.

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